Gifs para a educação
Gif com animação que ilustra a relação abertura do diafragma e profundidade campo na fotografia. Fonte: https://www.facebook.com/conexaofotografica |
Já escrevi aqui no Blog da Pipa sobre Gifs umas duas vezes. No primeiro texto comentei rapidamente sobre o que é e a origem desse formato específico de arquivo digital. Nos dois textos — o segundo você pode acessar aqui — fiz questão de destacar a evolução conceitual do formato ao longo dos anos. E que evolução! Hoje vemos na web Gifs bem elaborados para as mais variadas aplicações: artes, marketing, humor e até mesmo educação. É essa aplicação na educação que vou buscar destacar neste texto.
Durante muito tempo o formato Gif foi visto com certo preconceito. Nós designers ajudamos a construir esse preconceito quando associamos o formato a conteúdo de baixa qualidade. Quem nunca ouviu alguém resmungar que o suporte à publicação de Gifs no extinto Orkut ou atualmente no Facebook transformaria as redes em bagunça? Éramos nós que preferíamos a pureza do vetor ou a vivacidade de uma foto salva na qualidade 12. Até o revival impulsionado pela rede Tumblr o Gif era bastante estigmatizado por apresentar em grande parte animações com conotação infantil ou com resolução comprometida. Foram as técnicas de animação fotográfica, como as projetadas pela artista Jamie Beck, e os recortes de vídeos publicados no Tumblr que fizeram o formato de arquivo renascer para novas apreciações.
A partir daí muitos artistas e designers passaram a investir no formato que é capaz de emitir mensagens de forma clara, rápida e bem divertida. Surgiram na web vários repositórios e ferramentas que isolam trechos de vídeos em formato Gif como o conhecido Giphy, uma das principais fontes de pesquisa para muitos profissionais da comunicação. Esse retorno tão triunfal fez a empresa Adobe incorporar uma timeline para edição de pequenos vídeos em seu principal software de edição de imagens, o Photoshop, aos mesmos moldes do antigo Adobe ImageReady que era um software exclusivo para produção de Gifs, hoje extinto. O cenário apontava que o formato havia voltado para permanecer entre nós.
Quando o Facebook anunciou que permitiria Gifs em suas postagem houve rebuliço na web. Muita gente criticou bastante chegando a afirmar que aquele era o fim anunciado da rede. Estavam enganados. O cenário era outro! Havia muitos produtores de conteúdo cada vez mais maduros. Começamos então a assistir a uma revolução na produção de Gifs que alcançaram fama nos quatro cantos do mundo. Um exemplo? O clássico John Travolta confuso.
Até aí vimos produções relacionadas a humor e marketing. Tudo muito bem feito. Mas, o que mais tem me surpreendido são a produções para fins educativos em todos os níveis e áreas. São animações que ilustram questões que vão desde o funcionamento de mecanismos até a representação animada da profundidade de campo na fotografia. É um recurso digital poderoso capaz de envolver o aprendiz e consequentemente promover a aprendizagem em diferentes situações.
Lembrando obviamente que um recurso digital não esgota uma abordagem. A função do professor de contextualizar e complementar a mensagem é indispensável, até mesmo quando o recurso é muito bem elaborado. Às vezes percebemos professores que atribuem um valor exacerbado a um recurso digital, desejando que o mesmo seja capaz de resolver tudo. Eu acredito que nem a aula, nem o recurso e nem o professor são capazes de, isoladamente, esgotar um aprendizado. A aprendizagem não se esgota e esses três fatores precisam estar em diálogo e colaboração constantes para que a experiência de aprendizagem possa ser, de fato, criativa.
A seguir deixo uma seleção dos Gifs educativos mais legais que vi nas últimas semanas:
Comparação entre as velocidades de um Boeing 747, um SR-71 Blackbird e da sonda New Horizons by Clay Bavor. |
Detalhamento da Evolução Humana via http://pictoline.com |
Refração da Luz. Disponível no Reddit |
Ação de uma bala em câmera lenta. Disponível em Netanimations.net |
Proporção Áurea via GIPHY
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