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Vista do canal da cidade de Bruges, na Bélgica. Foto: +Karla Vidal |
A Bélgica é um país que eu realmente acreditava que nunca fosse conhecer. Mas, é praticamente impossível não passar na Bélgica quando se está hospedado em Lille. Se pesquisar no
mapa, você vai ver que Lille está situada em uma área de fronteira entre a França e a Bélgica. Quaisquer 10 minutos de carro te levam para a Bélgica que é repleta de cidades encantadoras e com um litoral muito bonito.
Ainda no Brasil recebemos indicações para conhecer a cidade de Bruges. Ao chegar a Lille, a cidade já estava inclusa ao nosso plano de atividades carinhosamente montado por
+anne sophie lahalle, nossa anfitriã.
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Cena da estrada que liga França e Bélgica. Foto: +Karla Vidal |
A viagem de carro durou pouco mais de uma hora por uma bela estrada cheia de fazendas e turbinas eólicas. Estávamos no finzinho da primavera e início do verão Europeu. A temperatura era fria, mas amena. Alguns picos de sol forte, mas a maioria do tempo era um frio suportável com algum agasalho. Bruges é um pouco mais fria que Lille. O celular dizia que a temperatura era de 11 graus, mas o vento por lá é bem forte, o que deixa a sensação de frio maior. No entanto, suportei o dia inteiro com uma blusa de algodão e
essa camisa da
Ceroula.com.br. A Ceroula salvando minha vida em todas as viagens! No mais, um tênis e um jeans para garantir conforto e praticidade.
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Momentos em Bruges. Fotos: +Karla Vidal (a última foi disparo programado). |
E só digo uma coisa: chegou se encantou! Bruges poderia ter esse slogan de marketing. Que cidade linda! Eu havia me encantando com
Strasbourg um ano atrás, mas Bruges superou todas as minhas expectativas. Ruas impecáveis, pessoas simpáticas e prestativas, transporte moderno e eficiente, restaurantes agradáveis com comidas fantásticas, muitos museus, chocolaterias e o melhor: dá pra se comunicar em francês e também em inglês sem maiores problemas. Parece uma besteira isso, mas em um lugar que também se fala flamengo e alemão é um alívio quando você consegue se comunicar em inglês ou francês. A grande maioria das pessoas e as placas da cidade estão em flamengo.
Transportes e passeios
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Um dos cenários que se aprecia ao realizar o passeio e barco em Bruges. Fotos: +Karla Vidal |
O esquema é muito parecido com o de Strasbourg. Para preservar as ruas, quem chega de carro deve estacionar em um dos
parkings que ficam mais distantes do centro. Esses estacionamentos são geralmente próximos a grandes estações de ônibus ou de trem e o ticket dá direito a circular de ônibus. Foi o que fizemos, mas logo nos arrependemos porque a cidade é bem pequena e a pé o passeio é muito mais agradável. Tomamos um ônibus na estação ao lado de onde estacionamos e descemos logo na estação seguinte que já era o centro turístico da cidade. Esses estacionamentos costumam ter tickets para o dia inteiro, que custam em média 8 euros. Mas, nós pagamos ainda mais barato (não lembro bem, sorry...) e o ticket deu permissão para que três adultos e uma criança (linda e fofa) usassem o ônibus livremente.
BARCO - Além do agradabilíssimo passeio a pé que você pode fazer quando e como quiser há ainda a possibilidade de fazer o passeio de barco. Diferente de Strasbourg, em Bruges o barco é menor e totalmente aberto. Sem o vidro a experiência estimula outros sentidos além da visão. É possível sentir a queda da temperatura quando se está mais próximo da água, além do cheiro da água e das plantas. Achei muito mais envolvente. Em Bruges quem dá as explicações sobre os lugares é o comandante do barco. O nosso explicou tudo em flamengo, em inglês e em francês e garantiu que de uma próxima vez explicaria em português também. A tarifa custa 7 euros e 60 centavos e o passeio dura um pouco mais que 30 minutos. O mais legal é que, como o barco é aberto, as pessoas se sentem estimuladas a estabelecer contato com os outros barcos que navegam nos canais. Fiquei comovida ao ver as pessoas acenando umas para as outras, enviando seu melhor
bonjour ou
hello. Da água, as cenas vistas vão de casas coloridas a pontes e áreas de bosque.
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Charretes e bicicletas por todos os lados de Bruges. Fotos: +Karla Vidal |
BICICLETAS E CHARRETES - Em Bruges também é possível fazer passeio de charretes puxadas a cavalo. Há centenas delas espalhadas pelas grandes praças da cidade. Parece ser um passeio agradável, mas preferimos caminhar juntos pelas ruas da cidade. Você também pode alugar bicicletas que é um dos transportes mais utilizados por lá. Não lembro os valores com exatidão, mas o passeio de charrete era mais de 20 euros o que eu considero caro. As bicicletas nós nem chegamos a procurar o valor.
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Caminhar pelas ruas de Bruges é, sem dúvidas, uma experiência bastante enriquecedora. Foto: +Karla Vidal |
A PÉ - É sem dúvida a melhor forma de conhecer a cidade. Bruges é conhecida como a Veneza do Norte por ter diversas pontes e canais. A pé você poderá caminhar ao longo dos canais e apreciar calmamente cada uma das pontes. Se quiser, ainda poderá sentar-se à margem do canal para apreciar a vista. A cidade não é muito grande e suas ruas são extremamente limpas, com calçadas largas e becos transversais que convidam para um desvio de rota. Há fachadas encantadoras cobertas de flores e detalhes. A maioria das edificações é de pedra com arquitetura medieval muito bem conservada. Você se sente como em um grande castelo. Uma curiosidade é que há em muitas esquinas imagens religiosas encrustadas na pedra. Não sei ao certo o motivo de estarem lá. Se alguém souber, agradeço muitíssimo se comentar nos explicando. Suponho que seja algo relacionado a proximidade com as igrejas. São detalhes que você só percebe andando a pé pelas ruas.
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Em muitas esquinas, próximo a identificação das ruas, uma imagem religiosa. Fotos: +Karla Vidal |
Lugares
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Não há dificuldade em localizar museus, lojas ou restaurantes. Bruges é pequena e muito bem organizada. Foto: +Karla Vidal |
Nossa viagem foi rápida, daquelas que se faz em um dia. Foi suficiente para saber que, mesmo pequena, Bruges é cheia de lugares interessantes para visitar. Fomos muito aventureiros sem roteiro definido e visitamos lugares muito legais. Tentarei descrever um pouco deles a seguir.
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Detalhe de porta com vitral da Catedral de São Salvador em Bruges. Foto: +Karla Vidal |
IGREJAS - Há muitas espalhadas pela cidade. Visitamos rapidamente a
Sint-Salvatorskathedraal que é repleta de vitrais e espantosamente mais clara do que as outras catedrais europeias que visitei. Há uma área com obras sacras bem diferenciadas aberta à visitação. Há também um órgão medieval e peças de tapeçaria e pinturas flamengas, quase um museu. Nossa visita não durou muito tempo porque uma pessoinha muito importante não gostou muito da sala escura com obras sacras :)
MUSEUS - Há muitos na cidade. Visitamos rapidamente a loja do
Choco-Story, The Chocolate Museum, e ficamos na vontade de voltar, mas acabamos nos encantando com outras coisas e não voltamos. Entre muitos outros escolhemos visitar o
Groeningemuseum. Há obras espetaculares, mas fiquei muito chateada de ter que deixar todos os meus pertences em um armário na entrada. Eu, que gosto de comprar artigos nas lojas dos museus, acabei ficando com preguiça de atravessar todo o museu para pegar a carteira na bolsa que ficou no armário. Penso que essa questão deveria ter sido melhor planejada pela coordenação do museu. A maioria das obras são enormes e penso ser muito difícil esconder na bolsa... Quem mais gostou do museu foi nosso sobrinho que se divertiu muito na área externa que é cheia de jardins e esculturas onde dá pra correr e subir e descer nos bancos :) Custa 8 euros a tarifa. Há também a cervejaria
De Halve Maan (1546) que tem área de degustação e visitas guiadas em diversos idiomas.
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Torre de chocolate líquido em uma das chocolaterias de Bruges. Foto: +Karla Vidal |
LOJAS - Como toda cidade turística Bruges possui muitas lojas de artigos diversos. Acabamos entrando em algumas lojas de
souvenirs e em muitas chocolaterias. O chocolate belga é muito famoso e as lojas investem pesado em decoração e estratégias de sedução do cliente. Bruges, além de eleita capital da cultura, também é conhecida como a capital do chocolate. Gostei do chocolate, mas prefiro os suíços. Há também muitas lojas de produtos de um tipo de renda. Acredito que deve ser um artesanato próprio da região, tudo bem bonito. Como em todas as cidades, visitei a Fnac e acabei saindo de lá com euros a menos e uma nova câmera compacta. Nossas filhas brasileiras, francesas e alemã agora têm uma prima belga.
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São todas latas de chocolate. Quis muito trazer Magritte pra casa. Mas, 17 euros compram muitas outras coisas na Europa. Foto: +Karla Vidal |
Comes e bebes
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Lipton Sparkling tem que vir pro Brasil. Alô Lipton, ajuda a gente! Foto: +Karla Vidal |
A Bélgica é mundialmente conhecida por suas batatas fritas. Confirmei que são fantásticas! Não dá pra resistir. Outro prato muito presente por lá são as
moules, uma espécie de mexilhão cozido e servido com batata frita. Também indico! Mas o que mais gostei mesmo foi uma versão de chá gelado, que não tem na França, da marca Lipton. Chama-se
Lipton Sparkling e eu aconselho fortemente a quem for fã de chá gelado que prove. Achei na Bélgica e na Holanda. Para comer, se a ideia é economizar, o bom mesmo é procurar restaurantes não localizados nas grandes praças. Nas ruas por trás delas há opções de restaurantes mais aconchegantes e mais baratos. Almoçamos no
Salé et sucré que oferece de croque-monsieur a macarrão à carbonara. O atendimento é bom e o café idem! Ao fim do dia fomos à lanchonete
Fritur 't Walpleintje comer mais batata frita, wrap e mais chá gelado!
Bruges é uma cidade para se admirar. Há quem diga que em alta temporada há pessoas demais, mas eu achei o clima todo bem agradável e a quantidade de pessoas muito mais razoável do que Amsterdam, por exemplo. É uma cidade que certamente eu escolheria para morar. Deixo a indicação para uma visita a quem estiver lá por perto. Se for viajar e tá fazendo planos, considere incluir Bruges neles.
Em breve novos posts sobre Lille e Amsterdam.
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