Moinho de café

Moulin à Café da marca Peugeot. Foto: +Karla Vidal.

Eu adoro coisas antigas! Adoro uma boa atmosfera vintage. Adoro as braderies francesas e adoro café. Juntando tudo isso está criado o cenário perfeito para investir alguns dinheiros em objetos antigos bem especiais.

Já comprei, no Brasil mesmo, uma cômoda antiga que hoje é o principal móvel da minha sala. Já ganhei e comprei algumas câmeras antigas, entre elas a Focamatic que mostrei aqui no blog. Ano passado, trouxe da França uma Super8 Minolta que desfila toda sua beleza na abertura do Vlog da Pipa.

Nessas últimas férias tive o prazer de ir a uma enorme braderie no centro de Lille, região norte da França. Só não enfiei o pé na jaca porque já havia preparado uma planilha de despesas para a viagem que segui à risca. Mas, posso dizer que a tentação foi grande. Dessa feira trouxe comigo uma edição especial da famosa revista Le Monde Illustré que me custou 10 euros. A revista é sensacional! Foi publicada entre 1857 e 1940. Há exemplares digitalizados disponíveis no também sensacional acervo online da Biblioteca Nacional da França (♥). Também comprei uma reprodução dessa fotografia.

No entanto, a aquisição mais importante foi mesmo o moinho da marca Pegeout. O danadinho serve para moer qualquer coisa em grão. Esse moeu café — facilmente identificado pelo cheiro — e pimenta como me garantiu o vendedor. Foi impossível resistir. Como temos uma máquina de café e usamos café em grão no nosso dia a dia, não pude deixar de investir 10 euros nessa relíquia verde que gritava frente aos demais em cor marrom. Já temos um elétrico, mas é sempre bom garantir o cafezinho no caso de uma falta de energia, não é? Se não quiser virar refém do café em grão, sugiro nunca experimentar. Uma vez usado, você vai querer ter um moedor e passar a usar apenas esse tipo de café.

O moinho é lindo. Feito em madeira e metal. Pesquisando descobri que a Pegeout, conhecida mundialmente pela produção de carros, também produziu moedores, acessórios para consumo de vinho e guarda-chuvas. Ainda hoje há modelos fabricados que podem ser vistos neste link.

Detalhe de emblema do moulin à café da marca Peugeot. Foto: +Karla Vidal.

O modelo que adquiri foi o Peugeot Frères Valentigney (Doubs). É totalmente mecânico. Esse modelo, que traz em seu emblema o leão sobre uma flecha, foi fabricado até 1910. Não sei ao certo qual a data do meu, mas pesquisando na web vi que os moedores com essa placa chamada de Le lion sur flêche começaram a ser produzidos por volta de 1881 (wow!). Os moedores mecânicos da Peugeot são patenteados e a fabricação cessou em 1975 quando a marca lançou a primeira versão elétrica.

Fiquei espantada com o estado de conservação. Está quase perfeito. Digo quase porque há uma pequena rachadura em uma lateral do topo, já devidamente restaurada. Chegando ao Brasil +Augusto Noronha logo tratou de desmontar para uma completa higienização. Ficou mais lindo ainda! Pesquisando rapidamente na web, li que muitos chefs franceses vivem em busca desse tipo de equipamento. Há quem diga que o café e a comida preparada com especiarias moídas nesse moulin possuem sabor totalmente diferente de tudo o que já se tenha provado. Atesto que é verdade! Foi uma compra muito feliz!

Mais algumas imagens:

Moulin à Café modelo Peugeot Frères Valentigney (Doubs). Foto: +Karla Vidal.

Detalhe interno do chamado calotte localizado no topo do moedor . É nessa área onde os grãos são inseridos. Foto: +Karla Vidal.

Depois de moídos os grãos, o pó cai nessa gavetinha. Foto: +Karla Vidal.

Para ter acesso ao pó basta abrir e remover a gaveta. Foto: +Karla Vidal.

Para moer é só girar a manivela. Foto: +Karla Vidal.

Há mais detalhes sobre a anatomia do moinho nesse link (em francês).

E você? Compraria um objeto assim durante uma viagem à Europa? Conta pra gente nos comentários aqui abaixo!


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