Jóias que encantam: os Ovos Fabergé


Há alguns dias comprei uma revista feminina espanhola motivada mais pelo brinde (confesso!). A oferta era uma outra revista, exclusiva sobre jóias, que trazia uma matéria dedicada às jóias míticas históricas. É claro que a mão coçou e eu trouxe as duas revistas (a do mês + o brinde) para casa. Sábia decisão.

A revista em questão é a espanhola Telva que costumo comprar sempre que vejo alguma chamada interessante na capa, o que tem acontecido bastante. Gosto muito do jornalismo espanhol, principalmente das reportagens produzidas para revistas. A Telva tem a proposta de ser uma revista exclusivamente feminina. Na minha opinião ela consegue atingir outros públicos por causa dos diferentes tipos de abordagem que oferece, isso inclui artes, cinema e design. Mas, a revista em si não é bem o foco desta postagem.

Eu não sei o que mais aprecio quando o assunto são jóias: a riqueza literal do trabalho do designer ou a beleza da difícil arte de fotografá-las. Na dúvida, deixo-me encantar pelos dois olhares. E foi na edição da Telva Joyas & Relojes 2011 que me deparei com uma matéria encantadora intitulada La gran historia: joyas míticas históricas y grandes robos a lo largo del tiempo.

A matéria da revista Telva Joyas & Relojes é ilustrada com jóia encomendada pela família do Czar Nicolau II

O texto do repórter Sergio Carrión fala sobre as jóias como símbolo de poder e objetos de desejo ao longo da história. Em seu texto Sergio expõe fatos históricos sobre roubos e assassinatos ligados às jóias. Entre as menções estão a jornada do Rubi Príncipe Negro da coroa britânica e o roubo do diamente Estrela da Índia, retirado do Museu de História Natural de Nova Iorque em 1964.

Entre tantas questões interessantes abordadas, o jornalista espanhol apresentou informações sobre jóias da família imperial russa. Para ilustrar a reportagem uma foto impressionante de um Ovo Fabergé, peça de extrema beleza que decidi compartilhar aqui no blog.


Ambos de ouro, os ovos e a galinha


Os Ovos Fabergé são verdadeiras obras de arte da joalheria mundial. Raras, as peças foram produzidas por Peter Carl Fabergé e seus assistentes, entre os anos de 1885 e 1917, para os czares da Rússia. Ao todo foram produzidos 50 “ovos imperiais” encomendados exclusivamente pela, e para, a família imperial. No entanto outros exemplares foram produzidos para os nobres russos, mas não foram classificados como “imperiais”.

Os ovos eram cuidadosamente desenvolvidos com uma combinação de esmalte, metais e pedras preciosas. As “cascas” exibem trabalhos que impressionam pela riqueza nos detalhes e ousadia nos projetos. Em algumas delas até foram “impressas” fotografias e pinturas.

Mas a riqueza dos Ovos Fabergé não está somente na parte externa. As peças escondiam em seu interior algumas surpresas, a maioria delas novas jóias. O primeiro ovo foi encomendado em 1885 pelo czar Alexandre III, como um presente de Páscoa para sua esposa. Dentro da jóia havia uma galinha de ouro, que continha um pingente de rubi e uma réplica em diamante da coroa imperial.

Cobiçados por colecionadores de todo o mundo, os ovos de Páscoa criados pelo joalheiro russo adquiriram fama e ainda hoje são admirados pela perfeição, sendo considerados expoentes da arte da joalheira. Para não me extender mais no assunto, vamos as imagens:

Ovo imperial "folhas de trevo"- 1902

Rose Trellis Egg - 1907

Peter, the Great Egg - 1903

Gatchina Palace Egg - 1901

Galinha (a primeira peça) - 1885

Comentários

  1. De fato, um problema de filosofia e estética: o dilema estético da representação que circula entre a beleza das jóias e a beleza de seu registro fotográfico é extrapolado pela beleza possível no registro fotográfico das fotos impressas na revista apresentado em versão jpg e html na web! Impressionante!!
    Não sei se compliquei, mas vou tentar explicar melhor: a beleza é primeiro representada na jóia, depois na fotografia da jóia que está na revista, depois na fotografia que você tirou da revista, e por fim, na cópia que colocou no blog... ainda é a mesma beleza? é outra beleza?
    Jóia de viagem... só no cinema!

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  2. É um caminho longo esse, né? Porém, não menos fascinante! A beleza da coisa em si e a beleza da infinidade de olhares possíveis sobre ela. É tudo lindo! Beijão pra tu! :)

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  3. Esqueci de comentar no texto que foi o trabalho artístico de Peter Carl Fabergé que deu origem a joalheria Fabergé (http://www.faberge.com), na ativa até hoje, produzindo também os famosos ovos.

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